

Estruturalmente o Palácio da Pena divide-se em quatro áreas principais:- A couraça e muralhas envolventes (que serviram para consolidar a implantação da construção), com duas portas, uma das quais provida de ponte levadiça;- O corpo, restaurado na íntegra, do Convento antigo, ligeiramente em ângulo, no topo da colina, completamente ameado e com a Torre do Relógio;- O Pátio dos Arcos frente à capela, com a sua parede de arcos mouriscos;- A zona palaciana propriamente dita com o seu baluarte cilíndrico de grande porte, com um interior decorado em estilo cathédrale, segundo preceitos em voga e motivando intervenções decorativas importantes ao nível do mobiliário e ornamentação em geral.Durante a construção, apesar de se manter a estrutura básica, foram feitas alterações em quase todos os vãos, ao mesmo tempo que a pequena torre cilíndrica que se encostava à maior passou para a retaguarda do edifício.O arco do corpo, ladeado por duas torres, recebeu uma profusa decoração em relevo a imitar corais.Para além da Torre do Relógio, a arte manifesta-se no palácio por todos os cantos: na Sala dos Veados, ampla e cilíndrica, de larga coluna como eixo, actualmente utilizada para exposições; na Sala de Saxe, onde tudo ou quase é feito em porcelana de Saxe; O Salão Nobre, onde estuques, lustres, móveis e pedaços de vitrais variam do século XIV ao século XIX, e onde surgem vários elementos maçónicos e rosacrucianos; os aposentos, onde se identifica o grande baixo-relevo de madeira de carvalho quinhentista, de autor desconhecido, ilustrando a Tomada de Arzila, comprado por D. Fernando em Roma; a Sala Indiana, onde repousam admiráveis obras de arte, como o lustre em cristal da Boémia e o Cólera Morbus, um baixo-relevo de Vítor Bastos; a Sala Árabe, que expõe algumas das pinturas de Paolo Pizzi, e as pinturas em pratos do reiartista, numa outra sala.O Palácio e o Parque foram idealizados e concretizados como um todo. Do Palácio, o visitante avista um manto de arvoredo que ocupa mais de 200 hectares, constituindo assim o Parque da Pena. Este parque tem percursos e passeios lindíssimos, com inúmeras construções de jardins lá existentes. São pontes e grutas, bancos de jardim, terraços e fontes. Pequenas casam onde se alojavam guardas e demais criadagem. Estufas e viveiros com camélias, rododendros, rosas, de cepas invulgares e muito raras. Esculturas, como o guerreiro que se avista do Palácio, como a querer dizer que está ali para o proteger e guardar. Os lagos próximos da saída para o Castelo dos Mouros são igualmente pitorescos e aprazíveis, envolvidos por um imenso tubo de fetos arbóreos.Todo o parque da Pena é hoje considerado o parque da Europa, com o mais rico e invulgar conjunto de espécies arbóreas, já inexistentes em muitos outros países e continentes donde são originárias.
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