Castelo de Almourol

O Castelo de Almourol, no Ribatejo, localiza-se na Freguesia de Praia do Ribatejo, Concelho de Vila Nova da Barquinha, Distrito de Santarém, em Portugal. Erguido num afloramento (elevação dentro de água) de granito a 18 m acima do nível das águas, numa pequena ilha de 310 m de comprimento por 75 m de largura, no médio curso do rio Tejo, um pouco abaixo da sua junção com o rio Zêzere.
À época da Reconquista cristã da península Ibérica, quando esta região foi ocupada por forças portuguesas, Almourol foi conquistado em 1129 por D. Afonso Henriques (1112-1185). O soberano entregou-o aos Templários, então encarregados do povoamento do território entre o rio Mondego e o Tejo, e da defesa da então capital de Portugal, Coimbra. Nesta fase, o castelo foi reedificado, tendo adquirido, em linhas gerais, as suas actuais feições, características da arquitectura templária: espaços de planta quadrangular, muralhas elevadas, reforçadas por torres adossadas ( ou seja duas torres que estão de costas viradas uma para a outra), dominadas por uma torre de menagem (é a torre principal duma fortaleza). Uma placa epigráfica (escrita), colocada sobre o portão principal, dá conta que as suas obras foram concluídas em 1171, dois anos após a conclusão do Castelo de Tomar.
Sob os cuidados da Ordem, constituído em sede de uma Comenda (beneficio/distinção), o castelo tornou-se um ponto nevrálgico (negro) da zona do Tejo, controlando o comércio de azeite, trigo, carne de porco, frutas e madeira entre as diferentes regiões do território e Lisboa.
Acredita-se ainda que teria existido uma povoação associada ao castelo, em uma ou em ambas as margens do rio, uma vez que, em 1170, foi concedido foral aos seus moradores. Com o avanço da reconquista para o sul e a extinção da Ordem dos Templários em 1311 pelo papa Clemente V durante o reinado de D. Dinis (1279-1325), a estrutura passou para a Ordem de Cristo, vindo posteriormente a perder importância, tendo sofrido diversas alterações.Vítima do terramoto de 1755, a estrutura foi danificada, vindo a sofrer mais alterações durante o romantismo do século XIX. Nessa fase, e obedecendo à filosofia então corrente de valorizar as obras do passado à luz de uma visão ideal poética, o castelo foi alvo de adulterações (mudanças) de índole decorativa, incluindo o coroamento uniforme das muralhas por ameias (cada um dos parapeitos entre os merlões) e merlões (parte do parapeito entre duas seteiras e a fortaleza).
O castelo foi entregue ao Exército português na segunda metade do século XIX, sob a responsabilidade do comandante da Escola Prática de Engenharia de Tancos, a que está afecto até aos nossos dias.

No século XX foi classificado como Monumento Nacional de Portugal por Decreto de 16 de Junho de 1910. À época do Estado Novo português o conjunto foi adaptado para Residência Oficial da República Portuguesa, aqui tendo lugar alguns importantes eventos oficiais.

No início de Junho de 2006 foram inaugurados dois novos cais para embarcações turísticas: um na margem direita do rio Tejo e outro na zona Sul da ilha. A construção apresenta uma divisão demarcada em dois níveis, um exterior inferior e outro interior mais elevado.
A comunicação entre as diversas partes do castelo pode ser feita através de várias passagens de cantaria.

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