Torre de Belém

A Torre de Belém é um dos monumentos mais expressivos da cidade de Lisboa. Localiza-se na margem direita do rio Tejo, onde existiu outrora a praia de Belém. Inicialmente cercada pelas águas em todo o seu perímetro, progressivamente foi envolvida pela praia, até se incorporar hoje à terra firme.Originalmente sob a invocação de São Vicente de Saragoça, padroeiro da cidade de Lisboa, designada no século XVI pelo nome de Baluarte de São Vicente a par de Belém e por Baluarte do Restelo, esta fortificação integrava o plano defensivo da barra do rio Tejo projetado à época de D. João II (1481-95), integrado na margem direita do rio pelo Baluarte (construção alta sustentada por uma muralha, lugar seguro, fortaleza) de Cascais e, na esquerda, pelo Baluarte da Caparica.Provavelmente com esboço de Garcia de Resende, veio a ter como arquitecto Francisco de Arruda. A estrutura foi iniciada no reinado de D. Manuel I (1495-1521) em 1514. Localizava-se nas águas, fronteira à antiga praia de Belém, destinada a substituir a antiga nau artilhada à qual era confiada a defesa da cidade, que naquele trecho ancorava, e de onde partiam as frotas para as Índias. As suas obras ficaram a cargo de Diogo Boitaca, que, à época, também dirigia as obras do vizinho Mosteiro dos Jerónimos.Concluída em 1520, foi seu primeiro alcaide (encarregado de defesa do castelo) Gaspar de Paiva, nomeado para a função no ano seguinte.Com a evolução dos meios de ataque e defesa, a estrutura foi, gradualmente, perdendo a sua função defensiva original.Sofreu várias reformas ao longo dos séculos, principalmente a do século XVIII que privilegiou as ameias, o varandim do baluarte, o nicho da Virgem voltado para o rio e o claustrim (um pequeno claustro ou seja uma parte da arquitectura que onsiste tipicamente em quatro corredores a formar um quadrilátero, com um jardim no meio).Classificada como Monumento Nacional por Decreto de 10 de Janeiro de 1907, é considerada pela UNESCO como Patrimônio Cultural de toda a Humanidade desde 1983.O monumento reflecte influências islâmicas e orientais, que caracterizam o estilo manuelino e marca o fim da tradição medieval das torres de menagem, tentando o primeiro baluarte para artilharia no país (ver fortalezas).Parte da sua beleza reside na decoração exterior, adornada com cordas e nós esculpidas em pedra, galerias abertas, torres de vigia no estilo mourisco e ameias em forma de escudos decoradas com esferas armilares, a cruz da Ordem de Cristo e elementos naturalistas, como um rinoceronte, alusivos às navegações. O interior gótico, por baixo do terraço, que serviu como armaria e prisão, é muito austero.
A sua estrutura compõe-se de dois elementos principais: a torre e o baluarte.
A torre quadrangular, de tradição medieval, eleva-se em cinco pavimentos acima do baluarte, a saber:
Primeiro pavimento - Sala do Governador.
Segundo pavimento - Sala dos Reis, com teto elíptico e fogão ornamentado com meias-esferas.
Terceiro pavimento - Sala de Audiências
Quarto pavimento - Capela
Quinto pavimento - Terraço da Torre.

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