A vida de René Descartes

Filósofo e matemático francês, nasceu a 31 de Março de 1596 em La Haye na região de Touraine (localidade que se tornou La Haye-Descartes em 1802, e Descartes em 1967).

Estátua de René em La Haye-Descartes

Descartes foi baptizado “René” que significa “renascido”, depois de por pouco ter escapado a uma epidemia de tuberculose que vitimou a mãe, Jeanne Brochard, quando ele tinha um ano de idade.

René descendia de uma antiga famí­lia nobre francesa, dedicada ao comércio, ao direito e à medicina, com fácil acesso a cargos públicos. O pai, Joaquim Descartes, advogado e juiz, possuía terras e o título de escudeiro, primeiro grau de nobreza, e era conselheiro no parlamento de Rennes, na província da Bretanha, que constituiu o extremo noroeste da França.
Descartes foi criado pela avó e por uma ama a quem depois pagou uma pensão até morrer. O pai casou novamente mas não se distanciou, parte do ano passava em Rennes, assistindo às sessões parlamentares e a outra parte na sua propriedade “Les Cartes”, em La Haye, com a família. O pai de Descartes chamava-lhe o “seu pequeno filósofo” quando este ainda era criança, devido à curiosidade que ele demonstrava.

Em 1604 entra no Colégio dos Jesuítas de La Flèche onde fica até 1612.




Colégio dos Jesuítas de La Flèche

Depois durante um período de 5 anos estudou Medicina, jurisprudência (direito) e so­bretudo matemática na Universidade de Poitiers, onde em 1616 se formou em Direito.


Na imagem vemos Descartes e Pascal em frente à Sorbonne, em Paris.

Em 1618 alistou-se no exército de Maurício de Nassau, depois em 1619 passa para o exército de Maximiliano da Baviera e em 1621 alista-se no exército do Conde de Bucqoy.
São desconhecidas as razões pe­las quais, após os estudos, Descartes se alistou no exército mas provavel­mente pretendia adquirir experiência.
Estes anos tur­bulentos contribuíram para forta­lecer a vocação de Descartes para o raciona­lismo ou, por outras palavras, para o pensamento crítico.

Descartes lutou nas primeiras batalhas travadas durante a Guerra dos Trinta Anos, e chegou fi­nalmente à Hungria e à Turquia.
A seguir fez diversas viagens através pela Alemanha e pela Itália, permaneceu algum tempo em Paris (1625-1628) e retirou-se depois para a Ho­landa (1638) onde viveu em totalmente isolado trabalhando nas suas obras mais importantes.

Manteve correspondência com inúmeros sábios da sua época e igualmente com a rainha de Inglaterra, Isabel I, embora tivesse desa­parecido quase por completo da vida pú­blica. E provável terem sido fortes as ra­zões para uma tal solidão.

Apesar da sua filosofia só em parte começar a ser co­nhecida, ela atraiu para Descartes a hosti­lidade da Igreja, motivo pelo qual ao re­ceber o convite da rainha Cristina da Suécia, filha de Gustavo Adolfo, para ir para Estocolmo se deslocou com agrado para essa corte mais liberal.

René Descartes com a rainha Cristina da Suécia

Descartes foi contratado como tutor da jovem e atlética rainha Cristina, que tinha as suas aulas às 5 da manhã nos salões frios do palácio. Para chegar a horas, Descartes tinha de percorrer as ruas congeladas no inverno sueco. O filósofo, acostumado ao calor matinal do cobertor, morreu de pneumonia depois de 5 meses no seu novo esquema de trabalho.

Quando morreu, a 11 de Fevereiro de 1650, tinha terminado a terrível Guerra dos Trinta Anos, que destruíra grande parte da Europa e alterara todo o pensamento antigo. Surgiram novas realidades para as quais Descartes criara métodos capa­zes de as reconhecer e dominar.

No Museu de História Natural de Paris conserva-se
o crânio de René Descartes

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